quarta-feira, 9 de julho de 2008

O VENTO NOS SALGUEIROS

Porque me deixo envolver muito nestas viagens da leitura e da escrita atrevi-me a fazer o que tinha pedido aos meus alunos: imaginar um final para a história O Vento nos Salgueiros. Tropeçando aqui e ali, peguei nas ideias e nas palavras e...


Os animais do bosque
invasores do grande solar
ficaram muito desorientados
ao ouvir um tal plano
contado por aquele que mais não era
senão o toupeira disfarçado.

Não sabendo o que fazer
cada um gritava e opinava
sem o outro querer saber.
Armou-se a confusão
berrando cada um para seu lado:
“Ó doninhas, suas madraças!
Venham daí, senão caímos em desgraça!”.

Enquanto isto…

Rato, texugo, sapo e toupeira
armados até ao focinho
enfiaram-se no túnel secreto
e puseram-se a caminho.

Pela calada da noite
no meio do escuro ronceiro
espetaram as orelhas
quando um estranho ruído
lhe zumbiu de mansinho.

Prevendo logo o perigo
desmaiaram de susto
sem saberem que, afinal,
aquele monstro lobisomem
era o seu toupeira amigo.

Recuperados de tamanha aflição
logo o plano alteraram.
não haveria armas,
não haveria mortes
não haveria pancadaria
pois o lobisomem medonho
os animais do bosque afastaria.

Chegados ao grande solar
e aberto o alçapão
eis o toupeira lobisomem
a tentar deitar-lhes a mão.

Amedrontados e aos gritos
saíram as doninhas pelas janelas
e entre gritos e urros
encalharam nos sentinelas
que no meio daquela confusão
se atiraram nervosos ao rio
deixando o solar ao alcance
e livre para a recuperação.

Como que por magia
a lua prateada brilhou
e sem ninguém ouvir
aproximou-se devagarinho do sapo
e um segredo lhe atirou.

Conta ainda esta história
que os arminhos, furões e as doninhas
se abraçaram ao sapo vaidosão
e toda noite a taça da amizade
rodopiou de mão em mão.

Descapotáveis? Vaidade?
Oh, não!
Neste magnifico solar
agora habita um sapo
que com as desventuras da vida
aprendeu a beleza da simplicidade.


Rita Carrapato

EB1 Av. Heróis do Ultramar

1 comentário:

Maria Manuela Amaral disse...

Parabéns Rita!! Eu também escrevo algumas histórias infantis, ou seja, escrevi em tempos e tenho-as guardadas. Aprecio muito histórias para crianças, que, por vezes, são uma lição para os mais velhos! Gostei!

Daniela, minha querida

Se eu fosse a Lua
Prateava à beira do teu coração
E brincávamos em jeito de estrela
Com desabafos na palma da mão...

Um grande beijinho para todas/os
Manuela***